
Segundo o relatório do UNICEF lançado em 3 de setembro de 2020, a Finlândia é o quinto país no mundo com melhores condições de se criar um filho.
A pesquisa chamada “Report Card da UNICEF” analisou os 38 países mais ricos do mundo para saber qual eram os melhores países em termos de bem-estar infantil.
Antes do evento da pandemia do corona foram coletados os dados que deram o primeiro lugar para o “país das tulipas”, a Holanda. Logo depois vem a Dinamarca e a Noruega com os melhores resultados. A Suíça ficou com o quarto lugar um pouco à frente da Finlândia.
Nos últimos lugares o relatório indicou os Estados Unidos e a Bulgária que não preenchem os requisitos para uma infância feliz e saudável.
O bem-estar infantil é classificado no relatório por meio de três quesitos básicos: boa saúde mental, boa saúde física e habilidades e conhecimentos para a vida.
Para classificar como seria uma vida ideal para as crianças, o relatório examina, entre outras coisas, a família e o ambiente em que a criança está exposta. Logicamente, estes fatores estão intrinsicamente ligados à sociedade onde vivem estas família e as facilidades ou dificuldades que estas experienciam.
Desta forma, foram também consideradas as soluções de políticas sociais, educacionais e de saúde do país, bem como as circunstâncias nacionais, como distribuição de renda e qualidade do meio ambiente.
A Finlândia é considerada um país de bem-estar-social e está sempre no topo das pesquisas juntamente com as vizinhas da Escandinávia. O que caracteriza uma sociedade deste tipo é o caráter de igualdade e equidade que a maioria dos outros países do mundo ainda busca. Moradia, saúde, escola e lazer para todos.
O relatório mostra que 84 % dos jovens de 15 anos se sentem muito satisfeitos com suas vidas e a taxa de mortalidade finlandesa de crianças de 5 a 14 anos é a terceira mais baixa entre os países comparados. O sistema de ensino é considerado um dos melhores do mundo, a Finlândia ocupa o sétimo lugar no PISA. Em comparação com outros países, os finlandeses consideram que a cooperação com a escola é boa e estão bastante satisfeitos com a educação infantil.
No quesito saúde, até a qualidade do ar foi analisado. Neste quesito, as pesquisas também mostram que a qualidade do ar na Finlândia é a melhor dos países comparados. O grande número de florestas e parques, mesmo em áreas urbanas, garante um ar mais puro e miniminiza a poluição visual.
Os finlandeses comemoram o resultado, mas olham com um olhar crítico o quinto lugar. Segundo estes, a Finlândia ainda não é capaz de estender uma boa infância a todas as crianças. Segundo Mirella Huttunen, diretora de Administração Pública do UNICEF, apesar da maioria das crianças finlandesas estarem muito bem cuidadas e saudáveis, há ainda uma pequena parcela da população que se encontra em precariedade. Ainda existe uma distância entre as crianças pobres e ricas.
A situação dos jovens
Analisando-se a condição dos jovens finlandeses, percebe-se que o impacto negativo da imagem corporal na felicidade das meninas finlandesas é grande para os padrões internacionais.
A Finlândia infelizmente ocupa um lugar relevante em termos de número de suicídios entre jovens de 15 a 19 anos. Internacionalmente, o suicídio é uma das causas mais comuns de morte entre jovens desta faixa etária. Por isto, o país ocupa melhores posições em termos de saúde física do que mental.
As tentativas de suicídio de adolescentes estão frequentemente associados à impulsividade. Boas habilidades de saúde mental, como habilidades emocionais e de resolução de problemas, bem como as habilidades para lidar com as adversidades usuais da vida, evitariam esses suicídios impulsivos, diz Meri Larivaara do MIELI Ry.
Os pontos de melhoria
Logicamente que ocupando o quinto lugar significa que há aspectos a melhorar em muitas áreas. De acordo com o relatório, em 2018, tem-se ainda cerca de 11 % de famílias consideradas pobres.
Quando comparada internacionalmente, a Finlândia está numa ótima posição, mas a pobreza se tornou um problema recorrente e permanente para muitas famílias. A pobreza é particularmente prevalente em famílias monoparentais, e famílias com muitos filhos, diz Mirella Huttunen. Estas crianças não conseguem aproveitar o ensino de qualidade que lhes é oferecido e podem não adquirir as competências básicas em matemática e leitura no ensino primário. No cenário internacional estes números parecem inexpressivos, mas internamente estes são um obstáculo ao desenvolvimento.
O relatório mostra que todos os países ricos têm espaço para melhorias na garantia de uma vida boa para as crianças. O mais importante, é que estes países realmente estejam engajados em melhorar suas condições sócio-econômicas rumo ao estado de total equidade social. Neste sentido, a Finlândia é considerada um dos países de vanguarda quando se compara a distribuição de renda.
Efeitos da pandemia
O relatório também discute brevemente os efeitos da pandemia nas crianças. Embora o vírus em si não seja uma grande ameaça para estas, a crise causada pelo vírus é, este põe em risco o bem-estar das crianças ao aumentar a pobreza e os problemas de saúde mental.
Na verdade, a pandemia impactou democraticamene todos os países, ricos e pobres. Segundo Meri Larivaara do MIELI Ry, a crise do Corona afetou todas as crianças e jovens e abalou seu senso de segurança e esperança para o futuro. Portanto, o trabalho de promoção da saúde mental de crianças e jovens deve ser incluído no acompanhamento pós-pandemia.
Como conclusão geral do relatório, os países devem procurar soluções para minimizar os efeitos da crise da pandemia que chega a afetar a parte coronária nas crianças, colocando em risco sua saúde física e mental. Deve-se garantir um apoio eficaz para estas crianças que inevitavelmente sofrerão com a crise da corona e medidas de apoio do estado devem procurar reduzir as desigualdades de uma forma geral.

O Report Card foi preparado pelo Innocenti Research Center da UNICEF em Florença. O relatório analisa o bem-estar das crianças nos países da OCDE e da UE.
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